Mãe de Mel

Mel faria 6 anos...  Um misto de sentimentos me envolve nesse dia. Desde a semana passada tenho tido crises de choro, dores pelo corpo.  Eu sonhei muito com esses 6 anos dela. Mas por quê? Porque os 4 anos dela foi no INCOR – SP internada, sem Cadu e Cristiano. Por sorte, com toda nossa família paulista reunida, consegui esse consentimento do hospital. Fizemos uma transmissão ao vivo no facebook para que todos acompanhassem de longe. Foi uma grande festa, tivemos até direito ao fotógrafo Gabriel Trevisan, super famoso, ele quem pediu para fotografar (de presente).  Então pensei, os 5 anos dela eu faço uma festa para compensar. Comprei 8 meses antes, tudo de Unicórnio, escolhi o bolo da festa, comprei roupinha no site @marianaimportadoss , fiz toda uma programação com meses de antecedência. O que aconteceu nos 5 anos??? Internada no Hospital Aliança em Salvador, ficou entubada por 50 dias e meu presente foi sua extubação no dia 28/05/2018. Teve festa?? Com certeza! Enfeitei a UTI toda

Eu gosto de falar de Melissa, gosto de lembrar da forma como ela estava lá com a gente, muitas vezes fragilizada pelos inúmeros tratamentos, mas sempre mais forte do que muitos de nós, mais sorridente do que muitos de nós, e com certeza, mais macia do que muitos de nós (risos). No ano que conheci Mirela e Melissa, havíamos colocado em prática na APAE a triagem feita por dois profissionais da casa. Nesse dia estávamos eu e outra professora na minha sala de arte educação à espera da família com quem a gente ia conversar, pra conhecer um pouco sobre a história de vida do aluno que a gente ia atender, nesse modelo de triagem acreditamos que nos tornamos mais sensíveis a causa do outro, do que simplesmente entregar um formulário a família e aguardar que ela preencha. Aguardávamos a família em duplas, com formulário em mãos porque a gente acreditou que dessa forma, quem estivesse com a gente se sentiria numa conversa, não numa entrevista, que a acolhida seria menos formal, e mais descontraí

CRÔNICA PARA MEL Estes dias tenho me sentido desafiada. O “blog para Mel” me emociona cotidianamente e a vontade de escrever sobre o que sinto/sentia e sobre o que vivi nos momentos que estive com Melzinha (era assim que costumava chamá-la) tomou conta de minh’alma escrevente. Conversei sobre isso com minha analista e ela me perguntou por que não o fazia logo. Entre lágrimas, eu disse que a partida de Mel ainda não tinha sido assimilada por mim. E que o que mais me angustiava nisso tudo era saber que desde a primeira cirurgia que acompanhamos em oração e com o pedido para que mainha rezasse e acendesse uma vela (Mãe, você tem mais intimidade com Deus! Pede a Ele por Mel!!!), nós sabíamos que essa hora iria chegar. Mel era sim um espírito de luz encarnado que tinha uma tarefa rápida, apesar de muito pesarosa pra um ser humano tão pequeno: ela nos ensinou a cada sorriso, a cada renascer pós-cirúrgico que a vida era possível mesmo quando não havia plenitude!!! Ahhh, Melzinha, se nós p

MEL Minha Princesa Guerreira Gratidão por ter conhecido uma das histórias mais lindas, onde meu coração se aprofundou no olhar mais puro e encantador de uma doce menina. Seu sorriso uma canção de fé, de esperança, de força de amor. Seu fôlego pela vida atraía os céus para perto, superação era sua marca diária, quando a pegava no colo me sentia acolhida pelo seu coração, que tamanha essência de vida! Quanta inspiração! Que tamanha garra! Que nobre a sua valentia! Essa menina  sacudiu e abalou as nossas emoções e nos marcou pra sempre com a sua vida.  Era novembro de 2016 quando tive a honra de conhecer Melissa Miranda Nobre, ela foi encaminhada por Dra. Alanda para que os atendimentos de Terapia Ocupacional dessem continuidade na Clinfisio. Muito obrigado Alanda por confiar seus pacientes, você foi à primeira T.O. dessa mocinha e a me descreveu com tanto amor e carinho. A chegada de Mel na clinica sempre era uma festa e alegrava todo o ambiente, sendo possível ouvir da sala de atend

QUIETUDE *Para Mel Às vezes o silêncio é a melhor testemunha. das cores que dançam na retina e ao redor da suposta aura dos outros que no fim entendem tão pouco quando qualquer coisa foge de sua racionalidade fria Às vezes o silêncio é o melhor companheiro. Quando não há mesmo muito a dizer Entre lembranças e braços vazios Que parecem ter perdido a função Às vezes o silêncio é a melhor resposta. para tantas perguntas sobre problemas sem solução e apenas nos resta sentir qualquer coisa que nos mantenha acordados enquanto a noite não vem Às vezes o silêncio é apenas o silêncio. Com a doçura que em algum momento podemos encontrar em tudo o que nos faça sentido e talvez seja ela o único ruído que quebra o tempo e percorre o infinito    Edson Valente São Paulo - Brasil

TBT de 2014!! Os amigos super queridos Vânia e Beto, fizeram esse vídeo para homenagear Melzinha quando ela fez 1 ano.  Eles tinha uma filha chamada Isabella, com síndrome de Down e grave cardiopatia. Vânia foi minha primeira amiga no InCOr e Bellinha a primeira criança com Down que eu me apeguei depois de minha filha. Vânia me ensinou muito. Nos tornamos grandes amigas! Sou grata a Deus pela sua vida. Infelizmente Bellinha faleceu, eu estava na UTI no momento e sofri muito, chorei ao ponto de me darem os pêsames achando que eu era a mãe. Que Deus abençoe essa família e a sua outra filha Rafaella que nasceu 1 ano após o óbito de Bellinha e o bebê que minha amiga carrega em seu ventre atualmente. Obrigada por tudo amigos! Forte abraço! 

Eu não sei falar, muito menos escrever, mas percebo claramente meu sexto sentido, faço exercícios pra ouvi-lo, faço exercícios pra cultivar a fé e exercícios pra nunca esquecer a gratidão. Digo isso pensando em Mel, minha lembrança é calma, sinto vontade de tocá-la, de cheirá-la e agradecê-la.  Ouvi meu sexto sentido quando saindo do Brasil para o Peru, eu e minha filha Juliana,  fizemos uma parada rápida num shopping, uma parada quase impossível, quase perdendo o vôo em São Paulo por causa do trânsito caótico, pra conhecer Mel. Sua mãe, minha linda amiga baiana, veio me controlando com sua gentil autoridade e foi me conduzindo por muitas semanas pra eu não me desviar deste encontro, talvez o maior encontro de minha vida.  Mel me apresentou sua mãe e junto, um exército de mulheres inesquecíveis. Eu não merecia tanto, sei que os amigos são fundamentais pra passarmos pela vida. Mesmo distante, eu sinto a presença de cada uma destas mulheres que Mel trouxe pra mim. Mel trouxe mais, tro

Melzinha, coragem, luz e amor em nossas vidas! Há dias que penso em escrever sobre Melissa, e hoje cedo, ainda na minha cama, pensando em tudo que ela representa em minha vida, que a vi, sim a vi com seus lacinhos no cabelo, vestido branco floral e seu sorriso de luz imensurável. Conheci a estória de Mel em 2016, através das redes sociais, nos grupos de Whats App, quando pediam doação de sangue para ela. Sua estória me emocionou e me cativou no mesmo instante, assim como fez com muitas mães, mas daí, nossa amiga Naara, me apresentou à sua Mamãe, Mirela, pessoa iluminada de uma coragem, fé, amor e dedicação admiráveis, ali nos conectamos e não nos deixamos mais. Em verdade, estive pessoalmente com Mel, apenas 3 vezes, uma vez, no jardim do H. Aliança, num de seus passeios com a mamãe, outra, em Jacobina, na  praça da Matriz durante um lanche, e outra, na UTI, naquele momento que os médicos queriam fazer a traqueostomia e, fui ver sua mamãe, que precisava de amor, na naquele

A chegada da “menina luz”, impregnada de surpresa, com ela, o horizonte cheio de zigue-zagues a ser descortinado pela família e por todos nós. A caminhada, tão árdua quanto doce e instrutiva. Quem por ventura a conheceu, e agora, seria capaz de ser indiferente aos cromossomos que nos torna tão iguais e diferentes ao mesmo tempo? Não há como dizer, que que antes de Mel, tínhamos um olhar tão amoroso, consciente e aberto as possibilidades de aprender a viver em meio a diversidade. SEU olhar, capaz de educar e trazer ensinamentos tão densos, a ponto de proporcionar saberes, apenas com um sorriso. Ela acolheu as nossas manifestações de amor, gestos de carinho e mesmo na dor, nos impulsionou a crer no impossível. O nosso olhar, diante da vida, ficou diferente... mergulhamos no mundo Down, percorremos corredores que nos apresentaram as UTI’s, podemos entender o quanto uma mãe pode ser tão múltipla e diferentemente capaz de ser especial, além do que toda mãe já é. E o que tiramo

Minha querida Melzinha,  Fico imaginando como você está aí... Do outro lado da Vida Material... Provavelmente com aquele seu olhar acolhedor e aquele sorriso lindo de amolecer os corações mais duros.  Minha querida sobrinha do coração, talvez a sua mamãe nem saiba o tantão que eu gostava de você... Em várias conversas com amigos e pessoas que passavam por diversas e difíceis situações, eu sempre à mencionava como exemplo de força, luta e superação. E assim continuo e continuarei fazendo ao longo da minha trajetória terrena. Pois você continua VIVA DENTRO DE NÓS. Você não pertencia a este plano... Desde os seus primeiros anos, sempre tivemos consciência disto. Sempre soubemos que sua passagem ia ser muito rápida. Mas nunca imaginávamos da intensidade e da linda mensagem que você deixaria no plano material.  A sua missão foi grandiosa. Num momento em que as pessoas estão tão ocupadas consigo mesmas, você veio despertar o espírito altruísta nelas. Quantas vezes você precis

Que tarefa difícil, falar de Mel em apenas um texto. Melissa foi muito planejada e desejada pelos seus pais, sempre acompanhei tudo de perto porque sou muita unida com Mi e com Bliu também. A descoberta da gravidez de Mirela foi uma alegria enorme, bem como a notícia que seria uma menina. Mi dizia que seria morena, dos cabelos pretos, linda como o pai. Tudo ia muito bem até o resultado do eco fetal e posteriormente o diagnóstico de Síndrome de Down. “Lembro como se fosse hoje, Mi me ligou chorando para contar, e eu disse a ela:” Calma, não se desespere, ela terá uma vida normal, o Down se desenvolve muito bem, ela irá estudar, casar, se divertir, fazer tudo. “Conta comigo que estou contigo, Mel já é amada por todos nós, vocês nunca estarão sozinhas.” Mel nasceu linda, uma boneca e aí começou a sua luta pela vida e eu sempre por perto. Fui agraciada com a notícia que seria a Dinda de Mel também, porque já sou a Dinda de Cadu. O tempo passava e eu percebia que Mel não apresentava o

Miguel Calmon é uma cidade pequena onde todas as pessoas se conhecem. Conheço Mirela desde muito nova. No entanto, o que me aproximou e me fez conhecê-la um pouco mais foi a história de vida dela e de Melissa, depois do nascimento e problemas de saúde de Mel. Mirela fez uma coisa que acho espetacular: ao invés de “esconder” a filha “doente”, ela abriu a vida e compartilhou com os amigos tudo o que estava acontecendo. Isso nos aproximou das duas, nos permitiu conhecer e aprender com Mel e, acredito, tornou-as mais forte pela quantidade de orações e energias positivas que foi direcionada o tempo todo. Sempre ia no facebook para saber sobre Mel ou, em algumas situações, falava com Mirela pelo whatsApp. Estive com Mel pouquíssimas vezes, mas sempre rezei e torci pela vida dela e pela força de Mirela. Mel foi um ser de luz que veio com uma missão especialíssima nesse nosso mundo tão cruel.  Missão essa que foi cumprida de forma espetacular. Mel me ensinou, e espero que tenha feito o m

São três meses que parecem anos, uma saudade avassaladora, que insiste em escorrer pelos olhos diariamente, por mais que eu me esforce para ser forte, ficar bem, sorrir e ter uma vida normal. Será que uma mãe, consegue ter uma vida normal, após perder um filho? Mesmo com todo o entendimento espírita, que graças a Deus eu tenho, mesmo com todos os livros e palestras que leio e assisto, mesmo recebendo conforto, mensagens de todos os lados, ainda assim sinto uma dor muito intensa, uma saudade que muitas vezes me dá vontade de gritar, para Deus e para o mundo que eu estou sofrendo, que essa missão foi a mais linda que alguém poderia ter, mas que também me castiga com a ausência física diariamente. Eu sei que Mel está num ótimo lugar, no céu, com Deus Pai, Criador do céu e da Terra. Que ela vive, que está feliz, que de alguma forma tenta me dar forças para seguir minha missão sem ela, pois a dela era curta, breve. E um dia, ainda nos abraçaremos, cheias de saudade. Essa certeza da vid

Falar de Mel é fácil... foi amor a primeira vista  , fui atender Melissa, internada na UTI do leito 03, e de repente vejo uma boneca linda de sorriso lindo... naquele momento eu percebi o quanto especial era Mel, encantadora demais, que conquistou a todos com seu jeito meigo, de olhar expressivo e vibrante de energias boas. Tão pequena e tão guerreira... é porque o AMOR move montanhas, e muito AMOR junto a Mel circulava... “Quanto mais fazemos o amor circular, mais amor a gente tem".  Minha Biscoito doce, eu amava levá-la para passear quando estava estável, tirávamos várias fotos no jardim do hospital. Certa vez era Halloween, então enfeitei ela toda! O bom era que Mirela topava tudo, eu falava e ela deixava fazer em Mel. Quando Mel tinha alta eu mandava mensagem para ela não cortar o cabelo de Melzinha. Nos tornamos amigas, almoçávamos juntas, nos falávamos sempre. Quando Melzinha piorou muito e levantaram a possibilidade de Mel usar traqueostomia, levei Mirela para conhe

Quando eu penso em você, Mel, a palavra que me vem à cabeça é força. Você exalava força em cada gesto, olhar, e sorriso. E o que dizer do seu sorriso? Aquele grande e alegre sorriso de todos os dias! Como faz falta seu sorriso, Mel! Podia ser dia ou noite, sol ou chuva, você estava sorrindo. Em casa ou no Hospital, você nunca se abatia com nenhum problema e respondia aos dias difíceis com um grande sorriso, como se dissesse para gente que estava tudo bem, apesar de todas as circunstâncias. Lembro que eu chegava em casa da faculdade e você estava no quarto ou no sofá, no seu cantinho, no meio. Toda cheirosa e sempre com algum laço colorido no cabelo. Era só falar qualquer coisa ou balançar seus bracinhos para você se acabar de rir, e você conhecia cada um de nós quando te chamávamos, porque você olhava para nós com muita intensidade. Você falava com os olhos e parecia responder a tudo que nós perguntávamos com seu olhar brilhante. Um olhar que transmitia o mais puro amor.  Tam

   Era uma manhã tranquila de sol como outra qualquer na cidade de Jacobina e eu estava trabalhando no meu consultório que ficava numa clínica onde a pequena Mel frequentaria muitas manhãs a partir daquele dia, o dia em que conheci a pequena grande Mel! Dia 10 de julho de 2013. Eu saí da sala para ir ao banheiro e fui atraída por uma bebezinha tão pequenina nos braços da mãe, que até então eu desconhecia. Perdi o foco do que iria fazer e me aproximei. Enquanto fui em sua direção a impressão que tinha é de que me aproximava do sol; toda aquela energia ao redor dela me envolveu e eu finalmente cheguei bem pertinho. No instante em que nossos olhares se firmaram eu tive a certeza de que se tratava de um gigante num corpo de um bebê! Meus olhos se encheram de lágrimas, me emocionei e eu nem ao menos a conhecia... puxei qualquer assunto com sua mãe mas minha intenção era permanecer ali, admirando e apreciando toda aquela sensação de leveza na alma que ela me fez sentir. Quem era aquela m

                                                  DIA DAS MÃES “DEVEMOS ACEITAR O QUE NÃO PODEMOS MUDAR”. Não sei como definir Mãe, sei que existem muitos tipos, eu mesma tive a oportunidade de conhecer inúmeras ao longo dos meus 39 anos. Muitas vezes fazemos coisas inimagináveis, coisas que só uma mãe seria capaz de fazer.   Eu admiro muitas mulheres mães, que assim como eu, fazem a diferença na vida de seus filhos, que são parceiras á todo momento. Uma das situações mais engraçadas que passei com Mel, foi no aeroporto de Salvador. Eu sempre viajei sozinha com ela, desde que ela era bebê. Viajava sempre com uma mochila bem pesada nas costas, com roupas, fraldas, mamadeiras, lata de leite, água mineral, classificador médico,   tupperware com seringas e sondas, etc... vivia com uns 10kg nas costas no mínimo e mais a minha bolsa lotada de coisas, mais o peso de Mel, que estava gordinha graças a Deus.   Pois bem, estou eu, saindo do avião em direção a retirada de bagagens,