Primeira vez em SP sem Mel


Nos últimos 10 dias de agosto eu aproveitei que meu esposo estava indo para o Congresso Brasileiro de Endocrinologia em Florianópolis e fui com Cadu para São Paulo. Já tinha quase 1 ano que tivera lá com Melzinha, estava com saudade da minha amada família paulista e de São Paulo como um todo, eu amo aquele lugar. Aproveitei para fazer uma viagem só eu e Cadu,fazia tempos que não tínhamos um momento só nosso, que considero super importante.
Já na ida para Salvador, fui imaginando como seria chegar em Sampa pela primeira vez em muitos anos sem ter Melzinha, comecei a chorar no carro mesmo, mas sempre escondendo minhas lágrimas de Cadu e Cristiano, não gosto que eles me vejam chorar.
Chegamos cedinho em Sampa e minha prima Jane foi nos buscar com o esposo Jacó. Seguimos para Mairiporã, eu queria comprar uns pijaminhas para Felipe, na mesma fábrica que comprava os de Melzinha. Depois tomamos café com as filhas e netos deles, foi maravilhoso. Nem achei frio, embora a temperatura marcasse 16 graus.
Depois seguimos para São Paulo capital, eu tinha prometido ir ao Incor. Cheguei sem chorar, falei com Grazi e os outros da recepção. Em seguida subi pra UTI REC, que eu amo de paixão. Quando a porta abriu e vi Denise (fisioterapeuta Top das Galáxias) comecei a chorar. Quantas mil vezes Denise atendeu Mel, me consolou, me explicou o que eu não entendia, uma verdadeira mãe de todos. Depois chegaram Dra Van, a alagoana mais amada de todas, a enfermeira Ângela, a técnica Fabíola, foi aparecendo aqueles rostinhos que tanto amam a nós. Eu chorava, mas ao mesmo tempo estava feliz por estar ali. Uma pena não ter visto Dra Filomena, Dra Carol, Dra Solimar e tantas outras pessoas daquela UTI que amo muito. Denise me falou baixinho que choraram minha perda junto comigo. Tenho plena certeza disso, imagino que todos ficaram muito tristes. Depois ela me disse que eu era uma mãezona, inesquecível, a melhor mãe do mundo para Melzinha. Eu só chorava e falava que morria de saudade todos os dias. Dra Van me disse que não perde meus istories no instagram, que acompanha tudo. Todas me deram parabéns pela gravidez de Felipe, estavam felizes por mim e também por encontrarem Cadu, já rapaz, que por sinal, não deixava ninguém encostar na minha barriga.
Minha visita foi mega rápida, não demorei nem 15 minutos. Almocei na Degas que fica pertinho do Incor com minha prima Jane, Cadu e minha amiga Camila Chung, que é de Salvador e há dois anos mora em Sampa porque passou num concurso do TRE.
Depois fomos passear um pouco e encontrar tia Rose e tio Everton, pois Cadu estava louco de saudade deles.
À noite eles quiseram levar Cadu para conhecer o Iron Burger, um lugar muito legal!
No dia seguinte levei Cadu para conhecer o Aquário de São Paulo, ficamos encantados, que passeio legal para fazer. Independente da idade, vale muito a pena.
Já saímos tarde de lá, minha prima Rose nos pegou. À noite Cadu foi assistir Corinthians 0 x 0 Fluminense na Arena Corinthians com o tio Everton. Cristiano ficou doido lá de Floripa, doido para estar no lugar de Cadu. Foi massa o jogo segundo Caduzinho. Ele só reclamou que a torcida do Corinthians soltou muito palavrão para a torcida do Fluminense (time dele). Até eu queria ter ido, mas fui vetada pela gravidez.
Na sexta passei o dia e almocei com minha amiga Fernanda, mãe da pequena Marina que faleceu 5 de dezembro de 2018. Fernanda e eu somos amigas desde a UTI REC, éramos vizinhas de leito. Nossas filhas tinham prótese metálica na mitral e ambas operadas por Dr. Marcelo Jatene na mesma semana em dezembro de 2014. Nunca deixamos de nos falar, acompanhei a partida de Marina e ela a de Mel. Eu era a única amiga que ela atendia ligação logo quando Mamá desencarnou e creio que uma das únicas que tive o prazer de estar com ela, abraçá-la e compartilhar sua dor. Foi um dia lindo. Pra finalizar fomos rapidinho na 25 de março comprar uns laços para Lara. Pensava em Mel o tempo todo, queria tanto tê-la ainda, comprar aqueles milhares de laços lindos para o cabelinho mais perfeito que eu tive o prazer de pentear.
À tarde e início da noite recebemos a visita das primas Neuraci, Juliana, Janete e Paulinha. Depois seguimos para o restaurante, onde nosso primo Adriano se juntou a nós. Foi ótimo, rimos muito.
Nem preciso falar que todos encheram Felipe de presente né? Fraldas, livrinhos, meinhas, bodies, um monte de coisa. Eu e Cadu também ganhamos. Mas o principal é o amor que recebemos de todos, esse não tem preço.
No sábado fomos tomar café da manhã na CEPAM, lá na Vila Prudente. O pessoal da família foi junto. Fiquei super feliz porque estava louca para ver Ailton, Dri, Anderson, Paty, Simone, Wilson e todas as crianças. Foi uma farra ótima. Depois fomos buscar meu esposo no aeroporto. O Congresso acabou e ele se juntou a nós.
Ele e tio Everton aproveitaram muito as verdinhas (Heineken). À noite fomos para a Pizzaria Paulista 10 com Alfinetinho, Érica, Duda, Fabrício, Janete... uma alegria sem igual!
Parecia que tanta alegria era para ocupar minha mente e não deixar eu ter tempo de sentir falta de Mel. Mas o vazio vive em mim. Á noite no apt de minha prima, no quarto que ficávamos, estava o vazio no armário. Não tinha mais aspirador, caixa de remédios, água, oxímetro, fraldas, sondas... Tudo isso doía muito. Eu chorava de saudade todos os dias, embora tivesse me esforçado muito para conter as lágrimas.
Mas considero que estou melhor. Pelo menos me esforço para isso, na
o tenho perfil de sofredora, não sou queixosa, muito pelo contrário, tenho um otimismo nato, vontade de ser feliz e espalhar alegria onde estiver.
Na segunda cedo voltamos para a Bahia, felizes por ter encontrado nossa família paulista, por todo amor recebido e por saber que breve estaremos juntos novamente, dessa vez com Felipe, com fé em Deus.

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus;” G1 3:26



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