7 meses sem você minha princesa...

O tempo está voando, já se vão 7 meses daquele fatídico sábado, 16 de fevereiro.
Eu fecho os olhos e consigo reviver cada minuto daquela madrugada, eu já sabia o que estava por vir, nunca tinha tido um pico de pressão alta como naquela madrugada. Eu sabia que Mel faria a passagem, que voltaria para “casa”, que me deixaria sozinha aqui, só não sabia que essa falta física iria doer na alma. Vocês não sabem, espero que nunca saibam também, dói muito mais do que se pode imaginar, tem vezes que dói para respirar.
O tempo passa, as lágrimas diminuem, a vida continua, mas aquela falta física, aquela de beijar e abraçar sabe?? Essa falta castiga, faz as lágrimas escorrerem sem controle, sem que você consiga consolo, é um vazio nos braços, no abraço, na cama, na vida... só quem teve a tristeza de perder um filho amado, desejado e querido pode entender o que eu digo aqui.
Esse último mês não parei um minuto. Fui passar uma semana em São Paulo, depois passei uma semana em Salvador fazendo pré-natal, na volta já recebi amigos queridos em casa, passeamos e saímos o dia todo. Enxergo como um tipo de fuga. Sair de casa, ocupar a mente  e o tempo para tentar não lembrar da tristeza que carrego no coração.
Embora a presença de Mel viva em mim, ela me acompanha sempre. Não pensem que foi fácil estar em São Paulo sem Mel, só Deus e eu sabemos o que senti.
Estive na APAE 6 de setembro e torci para não ver a cadeira de rodas de Mel, nem o parapodium, nem nada que foi dela e doei para aquela  instituição que tanto admiro e confio. Mas parece que Deus me coloca a prova sempre, assim que entrei, foi à primeira coisa que vi, a cadeira estacionada junto com as outras. Aí vi a pró karine, a minha amiga querida, que Mel tanto evoluía nas aulas, que tanto conversava e me ensinava. Vê-la me fez chorar de saudade. Um saudade de tudo que vivemos naquele ambiente. Uma vontade de ainda fazer parte de tudo aquilo com minha filha, das telas que ela poderia ter pintado (só tenho 2). Admiro demais a APAE de Jacobina e todos que fazem parte daquele LAR, pois lá você é acolhida e seu filho é olhado como o ser humano capaz que é. Lá continua sendo o único local que confiaria deixar minha filha para estudar. Eu sei que lá ela não seria olhada de forma diferente.
Esse mês, também arrumei as roupinhas todas de Mel na mala e na mochila, ia dar, mas recuei, não consigo ainda. Mas quando for dar, será para minhas sobrinhas e Marina Valois.  Coloquei alguns vestidos novamente no cabide, deixei os lacinhos nas caixinhas, mas vou fazer a moldura no máximo até novembro. Não doarei nenhum laço, quero todos eles.  Vou guardar tudo no meu closet, pois mês que vem pretendo lavar o enxoval de Felipe e organizar tudo para sua chegada meados de dezembro. Usarei as toalhas de Mel em Felipe.
Felipe está bem, crescendo saudável, muito amado e muito desejado. Cadu babando muito pelo irmãozinho. Eu tendo muita azia e com a barriga gigante.
No pouco tempo que fiquei em Jacobina esse mês, aproveitei Lara, minha sobrinha linda de olho azul, risonha demais. Agora ela olha pra mim e sorri das brincadeiras que faço, eu fico doidinha, apaixonada por ela.  Até Dudu está mais sociável, porque ele é sério, grudado na mãe, mas já se acostumou com minha presença diária. Trouxe uns lacinhos lindos para Lara de São Paulo, mas não achei todos que eu queria. A vida de Lara me alegra, me faz muito bem.
No Feriado 7 de setembro Cadu desfilou junto com a Filarmônica 2 de Janeiro, estava lindo, parecia um oficial. Eu sempre me emociono quando a banda se apresenta, acho lindooooo o som dos instrumentos, todos juntos em harmonia.
Chris e Juju, minhas visitas paulistas, amaram a apresentação. Acharam Jacobina e Miguel Calmon cidades lindas, mas se encantaram mesmo foi com o Parque das 7 Passagens em Miguel Calmon. Lá realmente é lindo, já estive muitas e muitas vezes, inclusive com minha Mel.
Continuo freqüentando o centro espírita, estudando e fortalecendo minha fé. Lá aprendemos muito da Bíblia, de Jesus, dos seres humanos e tudo que estamos vivendo na atualidade. Só me faz ter a certeza que devemos ser melhores a cada dia, devemos tentar perdoar para ser perdoado, para viver essa vida da forma que Jesus nos ensinou.
Independente da sua religião, busque a Deus, ore todos os dias, seja caridoso, faça o bem, olhe para o outro como gostaria de ser olhado. Sei que não é fácil, principalmente se a pessoa for um desafeto seu, mas tenta se esforçar, você verá que vale a pena.
Eu continuo por aqui... Vivendo um dia de cada vez...
Muita luz na vida de vocês!


Comentários

  1. Que coisa linda, meu Deus. Sinto vontade de parar de respirar por alguns segundos só pra te acompanhar diante de sua dor. Mais uma vez, Deus me concedeu a honra de participar.
    Sei que vc sabe sim e pode trazer a mente cada segundo daquele dia. Impressionante vc saber tb que era a despedida. Todo mundo sabe sobre o sofrimento mas ninguém consegue te atingir, isso é só entre vc e Ele. Acredite um pouco mais na vinda de Felipe, ele passou por Mel e vem te trazer um pouco dela. Sua vibração como ser humano é incrível e apesar de tudo, não diminuiu, acredite nisso também. Um dia conversamos sobre seu ponto de vista e o de Mel.
    Como tudo que vc fala é verdade , a Filarmônica nos encheu o coração e seu filho, aquela criança que amadureceu rápido demais, foi o maior de todos os anfitriões, um show dé benevolência e altruísmo, mesmo precisando de colo, cede o espaço para os visitantes. Como vc disse,: “tomara Felipe seja igualzinho Cadu, será benção demais”. Cadu já quase não cabe mais no seu colo mas mesmo assim, ele nso tira os olhos de vc. Te admiro, da sua amiga/irmã.

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    1. Obrigada por tudo amiga. pelas palavras, pela amizade, pela parceria, pela bondade, por tudo mesmo. Vem mais vezes encher minha casa de alegria. Vamos amar receber vcs. beijos mil

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