Dia das Mães

Dia das Mães 2020.

Mais um ano vivendo esse dia tão comemorado e festejado. Dia em que nós mães, nos sentimos lembradas pelos muitos papéis envolvidos numa maternidade.  Porque mãe é tudo na vida de um filho, vamos concordar né? A mãe é motorista, que leva e pega o filho em todas as atividades (escola, esporte, médico, música, inglês...), a mãe é médica, porque o filho quando adoece vem logo pra nós com o sintoma e fica nos olhando esperando o “remédio” pra dor. Somos também quem lava, passa ferro, cozinha, faz feira, mercado, perde noite, amamenta, chora quando o filho sente dor e você é impotente naquele momento, se ajoelha no chão e implora a Deus por um milagre, ainda temos que conferir se o filho está com os dentes escovados, cabelo arrumado, roupa combinando e bem passada, sapatos limpos, unhas cortadas...  gritamos para corrigir os erros, colocamos de castigo quando faz algo errado repetidamente, impomos limites, ensinamos ética, humildade, respeito e amor ao próximo, também enchemos de beijo e de amor, porque mãe ama além do infinito, somos seu porto seguro, seu colo quando “apanham”da vida, somos Mães.

Afff... cansa só de ler, imagine executar tudo isso sozinha?! E muitas de nós ainda trabalham fora, têm jornada dupla. Pelo menos na função externa recebe remuneração, reconhecimento...  as compensações “externas”, as justificativas para o cansaço. Mas me coloco, atualmente, do lado mãe em tempo integral, dessas que ficam em casa sabe? Que acompanha o dia a dia dos filhos, já faço isso há 7 anos, quando  parei de trabalhar fora (8 às 18h + o tempo extra  do engarrafamento de Salvador), época em que via Cadu cedinho e depois só a noite, época em que a tarefinha da escola ele fazia com a babá, a comida e o banho era ela quem dava também, os coleguinhas da escola quem conhecia também era a babá. Eu era a mãe que perdia a noite se ele tivesse febre, que levava para a emergência na madrugada com otite, que amamentava, que cuidava nos fins de semana, que levava as consultas do pediatra e ao dentista, que passeava no shopping, que dava presentes, roupas e sapatos, porque eu tinha dinheiro para pagar por eles. Mas quer saber? Prefiro ficar em casa cuidando dos meus filhos, conhecendo cada coleguinha da escola, suas mães, o que pensa cada uma, sinto qual criação se parece mais com a minha e quem quero ter perto de nós, faço tarefa da escola junto, estudo para as provas, levo e pego no inglês, no karatê, acompanho nas consultas médicas e odontológicas, levo para brincar com os primos, para lanchar numa delicatéssen, entro na piscina com eles, brinco na brinquedoteca, faço coisas que mãe faz quando tem tempo. E posso afirmar com certeza absoluta, cansa muito mais ficar em casa do que trabalhar fora. Quando chega o final do dia estamos esgotadas, mas felizes, porque vemos nossos filhos bem, saudáveis, sorrindo para nós, transbordando amor. Sentimos alívio por ter cumprido nosso papel com maestria, por termos fortalecido nossos laços e construído memórias afetivas.  Sorte quem pode e quer ter esse luxo, porque há quem tem a opção de escolher e prefere se dedicar a profissão, que acha melhor terceirizar os cuidados com os filhos. Não acho errado, porque filho cresce, ganha o mundo e você, mãe, vê que o tempo andou pra todo mundo e você parou no tempo. Mas por outro ângulo, esse acompanhamento do filho nos primeiros anos de vida faz total diferença no adulto que ele vai se tornar. Por isso falo que é sorte quem pode ficar em casa, quem tem marido para bancar os custos de um lar enquanto você se dedica aos filhos.

Essa rotina que citei anteriormente cabe apenas a de uma mãe de criança sem necessidades especiais... Porque mãe de criança com necessidades especiais tem jornada triplicada, porque precisa incluir aí fono, fisio, Terapia Ocupacional, medicação de hora em hora, alimentação especial, estimulação táctil-sensorial em tempo integral, muitos médicos, internações, cansaço físico e mental, não pensem que é brincadeira. Ser mãe é pauleira, mas sem dúvida alguma, é a melhor coisa do mundo, é a certeza de conhecer o amor incondicional na vida, é um misto de sensações, é a dita PLENITUDE.

Não gosto muito de datas festivas como Dia da Mulher, Dia das Mães, Natal, Revéillon... datas em que você recebe mil mensagens de internet, tudo impessoal, que você se sente na obrigação de retribuir a msg... Gosto daquelas mensagens digitadas para você, com sentimento, com verdade, bem pessoal, essas são poucas, mas as que eu realmente gosto e faço questão de retribuir.

Ano passado eu estava me sentindo incompleta, estava arrasada por ser o primeiro dia das mães sem Mel, chorando por tudo, só tinha 3 meses sem ela, ao mesmo tempo estava feliz por estar grávida, mesmo que sendo sigilo para o mundo, eu não podia gritar como estava cheia de sentimentos dúbios naquele momento, triste e feliz ao mesmo tempo, incompleta e abençoada, radiante e também “menor” que as outras mães.

Esse ano estou diferente, esse mês em específico já me deixa mais chorosa, já iniciei meu mês tendo crises de choro por Mel, pela falta dela, pela proximidade do dia das mães, pelo aniversário dela que seria 28 de maio, faria 7 aninhos... Então tudo me faz chorar, até dar parabéns a uma pessoa especial que eu sei que está incompleta, me faz chorar, porque a tristeza dela também me afeta, me faz sofrer... nesse mês tudo é potencializado pra mim.

Mas estou também muito feliz, muito grata a Deus pela vida do meu bebê, Felipe já tem 4 meses, nosso boneco, que alegra nosso lar, nossas vidas, que é gaiato, risonho,  vira na cama de um lado pro outro, senta para brincar e sorrir,pega tudo e leva a boca, presta atenção em tudo ao seu redor, reconhece as pessoas, balbucia sons que não deciframos, acorda 5h da manhã sorrindo e nos faz desmanchar. Pra completar ainda se parece um pouco com a mamãe, segundo enquete do Instagram kkkkkkkkkk, não estou dizendo que seja a cara da mãe não viu??!! Mas pelo menos parece, já é muito. Pior Cadu e Mel que o povo olhava e já dizia logo: é a cara do paiiiiiii....

Estou super curtindo a maternidade aos 40 anos, me permitindo fazer coisas que antes não podia, não tinha tempo. Mas agora eu tenho tempo, porque estou literalmente dentro de casa.

Desejo a vocês mamães um feliz dia, muita saúde para criar seus filhos, para conduzi-los no caminho do bem, da fé, da gratidão e de Deus. Espero que vocês recebam amor como presente. Sei que o cansaço é grande, mas sei o amor supera tudo.

E vocês homens que lêem esse texto, sejam parceiros, compreensíveis, amem suas companheiras, pense um pouco na rotina delas, ajudem quando possível... e se você é separado... não prive seus filhos de bens materiais e atenção com o intuito de atingir a mãe, lembre que existe ex-mulher, mas não existe ex-filho!

Tudo que uma mãe quer é ver seus filhos bem, felizes, saudáveis!!

Uma mulher feliz não quer guerra com ninguém! Fica a dica.

Forte abraço! Beijo grande!