Minha história de hospital com Melissa começou quando ela tinha quatro meses de vida...

Minha história de hospital com Melissa começou quando ela tinha quatro meses de vida lá no Incor em São Paulo, em 2013. Na primeira internação para correção de uma cardiopatia congênita, Mel teve uma pneumonia que foi se agravando rapidamente e fez com que ela precisasse ser intubada. Assim, depois de 17 dias de intubação, ela foi para cirurgia. Mas, graças a Deus, a cirurgia foi um sucesso. Dessa vez foram 74 dias - 2 meses e meio de internação!

Isso me trouxe muitas experiências novas, muitas lágrimas, mas muita fé e muita alegria, acima de tudo. Eu achei que após essa cirurgia ela ficaria curada, e aí tudo daria certo! Mas a cirurgia teve complicações e nossa vida passou a ser de hospital. Melissa passou a ter pneumonias recorrentes, teve que fazer cirurgia novamente e as coisas foram se complicando.

Da última vez, em 2014, para uma cirurgia, chegamos a ficar cinco meses na UTI do Incor, em São Paulo, longe da nossa Bahia e  longe da família. Nesse meio tempo, perdi meu pai. Foram dias difíceis, mas nunca duvidei do poder de Deus e que voltaríamos juntas pra nossa Bahia.

Já teve época de eu passar 35 dias no hospital e sete em casa. Em seguida, 28 dias na UTI e 14 em casa. Foram dias muito difíceis, mas graças a Deus estamos em casa graças ao tratamento e todas as terapias que Melissa faz. Graças ao nosso Bom Deus! Ele é soberano e tem um propósito em nossas vidas!

Um conselho que eu dou a vocês, mães e pais que estão no hospital com seus filhos, é pensar que tudo passa. Nada é eterno - nem o sofrimento nem a alegria. Temos que aproveitar cada momento, pois tudo é aprendizado. As pessoas que cruzam o nosso caminho não são por acaso, então aproveitem essa oportunidade de crescimento espiritual que Deus está nos dando e coloquem o amor acima de tudo.

A força dos nossos filhos e a luta que eles travam para viver dependem de nós. Por isso, precisamos estar confiantes, cheios de amor e de fé.

Texto publicado na ONG Tempo de brincar de São Paulo, por Mirela Miranda Nobre.